Desde a proclamação da carta magna em 1998, há 20 anos, se faz necessário ajustes, que ao longo do tempo vem sendo feitos de forma precária, em função de disputas políticas que resultaram num ambiênte politicamente interessante. Hoje há uma sinergia entre as premissas gerais e o país vive um momento econômico ímpar, proporcionando que se reflita firmemente da necessidade de reformas estruturais de base. As reformas mais emergentes são:
- Reforma Política
- Reforma Fiscal
- Reforma Administrativa
- Reforma Trabalhista
- Reforma Previdenciária
- Reforma Sindical
- Reforma do Judiciário
O que impede o consenso e a decisão de se fazer as reformas se resume ao embate político. As reformas aqui delineadas não serão feitas sem um custo político. Vão contrariar interesses setoriais e corporativos, mas tem que ser enfrentados com a bandeira do espírito público, tão ausente nas últimas legislaturas.A opção de favorecimentos setoriais com políticas tributárias editadas por integrantes do governo oriundos de nomeações e acomodações políticas, e , através de medidas provisórias, põem em xeque a democracia e servem de trava para o entendimento, entre políticos que não divergem estruturalmente nas questões mais delicadas deste país.Falta um estadista, um homem capaz de unir os interesses de Estado e as pessoas imbuídas do esírito público.
Como podemos observar, este homem não será Luiz Inácio Lula da Silva, que já tem o seu papel na história deste país definido. Passa para a história como um governante que surfou o melhor momento econômico da história deste país, apesar da marca indelével de leniência com as práticas espúrias e denúncias de corrupção protagonizadas por companheiros de partido, cujo maioria esmagadora da população sempre soube que tinha ciência, até porque favoreciam, indiretamente, o atual governo.
Entra para o rol dos populistas, e consagrado na disparidade entre retórica e prática de governo, tendo como divisor de águas a Carta aos Brasileiros. Nunca antes neste país alguém mudou de idéia tão radicalmente!Um outro marco incontestável da ruptura entre discurso e ação foi o protagonizado pela disputa ferrenha do então líder da casa civil José Dirceu, na defesa primorosa e fisiologista da emenda constitucional que regulamentou o sistema financeiro, o Artigo 192 da Constituição Federal. De lá pra cá a aproximação perigosa entre governo e empresariado tem deixado tênue a divisa entre público e privado.
Depois da Carta aos Brasileiros, da aproximação com os mais carentes através do Bolsa Família, com o empresariado, notadamente banqueiros, dos episódios de corrupção da base aliada, agora uma perigosa operação para a sucessão deste governo, na qual se indica a Ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, como provável canditada, no fio da navalha de anúncios de "bondades" e do PAC- Programa de Aceleração do Crescimento, na proximidade das eleições.
Contudo, nas sombras da volta da inflação, que me parece indiscutível, até por aspectos conjunturais que fogem ao controle da equipe econômica.
Com dois anos de governo pela frente, prudência e caldo de galinha não faz mal à ninguém.
O contexto indica que, mais uma vez, as reformas ficarão para o próximo governante, seja ele quem for.